Conforme o advogado especialista, Christian Zini Amorim, com o avanço da tecnologia, os bens digitais tornaram-se parte essencial da vida das pessoas. Contas bancárias online, criptomoedas, redes sociais, e-mails e outros ativos digitais possuem valor financeiro e sentimental, gerando dúvidas sobre sua sucessão após o falecimento do titular. Mas como a legislação trata a herança digital e quais são os desafios dessa nova realidade?
O que acontece com as contas bancárias online e criptomoedas?
As contas bancárias digitais seguem o mesmo princípio da herança tradicional. Quando uma pessoa falece, seus herdeiros podem acessar esses recursos mediante um processo de inventário. No entanto, as criptomoedas representam um desafio maior, pois muitas delas dependem de chaves privadas que, se não forem compartilhadas previamente, podem ser perdidas para sempre.
Como menciona o doutor Christian Zini Amorim, diferente dos bancos tradicionais, que possuem protocolos para a transferência de valores, as corretoras de criptomoedas podem não ter meios legais claros para recuperação dos ativos. Por isso, especialistas recomendam que os detentores de criptoativos registrem suas senhas e chaves em documentos seguros para garantir sua transmissão aos herdeiros.

O que acontece com redes sociais e e-mails?
As redes sociais possuem políticas variadas sobre contas de usuários falecidos, destaca o Dr. Christian Zini Amorim. Algumas plataformas, como Facebook e Instagram, permitem a transformação do perfil em uma conta memorial, enquanto outras, como o Google, oferecem a opção de designar um contato de herança para gerenciar a conta após o falecimento do titular.
Os e-mails, por sua vez, podem conter informações valiosas e até documentos importantes, por isso, a maioria dos provedores não permite que terceiros acessem a conta sem autorização prévia do falecido ou ordem judicial. Isso pode acabar dificultando o encerramento de assinaturas, recuperação de senhas e acesso a informações importantes para os herdeiros.
Como os herdeiros podem administrar a herança digital?
Para evitar complicações, é recomendável que as pessoas façam um planejamento da sua herança digital, listando ativos, contas e senhas em um local seguro e acessível a um responsável de confiança. O doutor Christian Zini Amorim frisa que algumas soluções incluem cofres digitais ou testamentos específicos para bens digitais.
Além disso, a legislação ainda está se adaptando a essa realidade, e cada país possui regras diferentes sobre o acesso a bens digitais de falecidos. No Brasil, a ausência de normas específicas gera insegurança jurídica, tornando essencial a orientação de advogados especializados para garantir que os ativos digitais sejam devidamente transmitidos aos herdeiros.
Em resumo, a herança digital é um tema cada vez mais relevante no mundo moderno. O advogado Christian Zini Amorim ressalta que com ativos digitais ganhando importância financeira e emocional, o planejamento adequado é essencial para evitar que bens valiosos sejam perdidos ou inacessíveis após o falecimento do titular. O avanço da legislação e a conscientização sobre o tema podem ajudar a garantir uma sucessão digital mais organizada e segura.